quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Diferentes formas de enriquecer o CV



Durante esta semana participei numa palestra para ajudar os novos alunos da Licenciatura em Gestão da Universidade do Minho, ao falar-lhes da minha experiência e opinião acerca da licenciatura em si, e ao dar-lhes dicas sobre como aproveitarem os próximos três anos que lhes esperam de modo a terem uma melhor preparação para o mercado de trabalho. Eu não tenho grande experiência com o recrutamento, porque conto pelos dedos de uma mão o número de entrevistas que fiz, mas vou lendo alguns artigos e vou estando atenta àquilo que alguns recrutadores vão partilhando - graças ao LinkedIn -, o que me ajuda a entender melhor o mercado de trabalho e os principais requisitos que as empresas normalmente têm em consideração na hora de escolher um candidato.

Deste modo, achei pertinente partilhar com vocês algumas dessas dicas que, a meu ver, podem fazer toda a diferença e que nos enriquecem tanto a nível pessoal como profissional. Já vos falei aqui da importância de termos um CV com um design apelativo e diferente, mas o conteúdo é o mais importante. Quero ainda referir que estas dicas se adequam tanto àqueles que iniciaram em setembro a jornada do ensino superior, como para aqueles que se encontram a meio ou já próximos do fim.


Associativismo
Durante a estadia no ensino superior, é importante que se envolvam em associações ou em organização de eventos. Hoje em dia existem muitas opções para quem quer ser ativo na universidade, desde as associações académicas, as de curso, ou até empresas júnior que vão surgindo cada vez mais. Fazer parte destas associações faz-nos desenvolver algumas skills que a licenciatura não permite, porque na maior parte dos casos temos que contactar empresas, sairmos da nossa zona de conforto, trabalhar sob pressão e lidar/trabalhar com personalidades muito distintas das nossas. Além disso, obriga-nos a saber gerir melhor o nosso tempo, o que para mim é algo fundamental. Se as associações ou empresas júnior organizarem eventos (como palestras, workshops, seminários, entre outros), ainda melhor. Já pensaram no quão podem aprender ao fazerem parte de organizações deste género?

Voluntariado
Se há algo que os recrutadores procuram cada vez mais é pessoas que tenham realizado ou que realizem ainda voluntariado. E porque é que o voluntariado é assim tão importante para um recrutador? Por um lado, demonstra que a pessoa em questão dedicou tempo da sua vida, independentemente de quanto tempo foi, a dedicar-se a uma causa sem qualquer tipo de retribuição monetária. Por outro lado, demonstra o lado mais humano das pessoas, e que gostam de praticar o bem. No entanto, o voluntariado pode não ser só para causas humanitárias, mas pode também estar relacionado com organização de eventos, por exemplo. Tal como no caso das associações, hoje em dia há vários tipos de voluntariado, aqui no nosso país ou noutra parte do mundo, e com vários tipos de disponibilidade.  

Conhecimento de línguas
Há uma coisa que os estudantes de algumas áreas (como a minha, por exemplo) têm que perceber: hoje em dia saber falar e escrever inglês num nível avançado é considerado básico. É quase sempre um pré-requisito nas ofertas de emprego e muitas das vezes algumas (ou até mesmo todas) fases de recrutamento são realizadas inteiramente em inglês. Por isso, se têm dificuldades nesta língua, esta é a altura certa para começarem a investir a sério na sua aprendizagem, quer recorrendo a aulas ou a um esforço superior por fora (como começar a ler em inglês, ver séries/filmes com legendas em inglês, etc). Para além disso, se se quiserem destacar dos restantes candidatos, podem começar a aprender uma nova língua, dependendo da empresa ou do tipo de negócio em que ambicionam trabalhar. Se não tiverem objetivos, podem optar por línguas como o francês, mandarim, japonês, alemão, entre outras.

Experiência profissional
Quando andamos na faculdade, gostamos de aproveitar todas as férias porque os anos letivos deixam-nos completamente desgastados - principalmente depois das infernais semanas de exame. Contudo, é muito valorizado que, antes do primeiro emprego, tenham alguma experiência ou contacto com empresas, quer através de estágios de verão, ou até mesmo de estágios curriculares/extra-curriculares. É importante irmos ganhando alguma experiência enquanto estudantes, porque de certa forma ajuda-nos a traçar melhor as nossas escolhas e a crescermos enquanto profissionais. 

Experiência internacional (Estágios, Erasmus ou Voluntariado)
Os recrutadores valorizam imenso os candidatos que demonstram que não têm medo de arriscar e de sair da zona de conforto. Uma boa forma de o fazer é através de Erasmus, estágios ou voluntariado no estrangeiro. Isto demonstra que foram autónomos numa determinada altura e que, possivelmente, se tornaram mais responsáveis. No caso do Erasmus, por exemplo, se for bem aproveitado, proporciona um conjunto de aprendizagens e crescimento pessoal.

Formações Extra-Curriculares
Por fim, acho muito importante que não se cinjam apenas à aprendizagem que adquirem na licenciatura e procurem outras fontes. Há certas coisas que não se aprende numa sala de aula e, dependendo da área em questão, podem sempre complementar a vossa educação com formações extra-curriculares. Acham que é importante saber trabalhar muito bem no Excel? Invistam em formações do género. Gratuitas ou não, hoje em dia há formações para todos os gostos e só temos que que decidir ao alinharmos com os nossos objetivos. 

Espero que este post vos tenha sido útil e quero, uma vez mais, referir que isto se trata apenas da minha opinião pessoal com base em alguns artigos que vou lendo e na minha pouca experiência com o mundo empresarial. Gostava ainda de saber a vossa opinião acerca do assunto, ou se porventura têm outras dicas que considerem relevantes para quem ainda se encontra a estudar. 

7 comentários:

  1. Acredito que o facto de sermos ou não chamados para uma entrevista de emprego passa pela qualidade descrita no nosso currículo e na apresentação do mesmo. Europass, para mim, é uma cruz.

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  2. Sem dúvida que esses pontos são essenciais e marcam toda a diferença!
    Beijinho, Ana Rita*

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  3. Muito obrigada por este post, vai ser muito útil para mim :). Estou, neste momento, a meio do meu curso, pelo que tenho que começar a pensar no futuro, e nos próximos passos que terei que tomar depois de o acabar.
    Estou a pensar fazer voluntariado no 4º ano, que é quando vou ter mais tempo livre, não só para enriquecer o meu CV, mas também porque é uma experiência que nos faz crescer imenso enquanto pessoas.
    Beijinhos,
    Cherry
    Blog: Life of Cherry

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  4. Que óptimo post, obrigada pelas dicas e pontos que mencionaste, sem dúvida que são coisas importantes.

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  5. Nani, continua com a saga das dicas para entrevistas e CV's. Não tens noção de como já me foi muito útil. Tive de fazer um CV na semana passada e admito que a tua primeira publicação me esclareceu e inspirou muito.
    Porém, depois de já o ter enviado e estar à espera de uma resposta é excelente parar os olhos nas tuas palavras e identificar algo do meu currículo em cada tópico que apresentas: UFA!
    Outra dica que considero extremamente importante é: termos um pouco em conta a empresa ou o emprego ao qual nos estamos a candidatar. Por exemplo, se nos candidatarmos a um trabalho no mundo das artes é óbvio que há coisas que não lhes interessam minimamente, mas, quase de certeza, ficarão felizes por saber que te voluntariaste numa angariação de fundos com temática fashion, exemplo unicamente.
    Adaptar, mas não iludir, entendes?

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    1. Eu tenho feito porque acho que pode ser bastante útil :) Pouco entendo da área, e este pouco adquiri com a minha pouca experiência no mercado de trabalho!
      Em relação à dica que mencionaste, também a considero muito importante! Obrigada :) Entendo-te perfeitamente!

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  6. Excelentes dicas a que todos deviam prestar mais atenção! Beijinhos*

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